Os Institutos Federais (IFs) são potências na produção de conhecimento e na extensão, levando soluções inovadoras para a sociedade. O Projeto Solo Vivo do MAPA, que é executado pelo IFMT, é um exemplo vibrante disso. No entanto, a execução de projetos dessa magnitude, com equipes multidisciplinares e logística complexa, enfrenta um desafio inerente à administração pública: a burocracia.

É neste ponto que entram em cena atores fundamentais, muitas vezes desconhecidos do grande público, mas essenciais para a viabilidade dessas iniciativas: as Fundações de Apoio. No caso do Projeto Solo Vivo, temos a parceria estratégica da FUNADIF (Fundação de Apoio e Desenvolvimento do Instituto Federal de Mato Grosso).

Mas qual o papel dessas fundações? Criadas por lei e devidamente credenciadas, as Fundações de Apoio atuam como parceiras das instituições públicas, oferecendo suporte especializado na gestão administrativa e financeira de projetos. Elas fornecem a agilidade e a flexibilidade que a gestão pública direta, amarrada a leis como a de licitações, muitas vezes não consegue oferecer no ritmo que os projetos demandam.

No dia a dia do Projeto Solo Vivo, a atuação da FUNADIF é indispensável. É a Fundação que gerencia os recursos provenientes do Termo de Execução Descentralizada (TED) com o MAPA. É ela quem conduz os complexos processos de aquisição – desde reagentes químicos específicos e vidrarias para laboratório até equipamentos importados, veículos locados e serviços gráficos –, seguindo os princípios da administração pública, mas com mecanismos que permitem maior celeridade. É a FUNADIF que operacionaliza a seleção e contratação de pessoal (como bolsistas servidores e estudantes, via editais) e realiza a gestão financeira completa, incluindo pagamentos diversos a fornecedores e colaboradores, sempre em conformidade com o plano de trabalho aprovado.

Imagine a coordenação de um projeto como o Solo Vivo tendo que lidar diretamente com cada etapa de uma licitação para dezenas de itens distintos, gerenciar os processos de seleção e os pagamentos de toda a equipe, ou contratar serviços específicos dentro dos prazos apertados da execução. Seria praticamente inviável e desviaria o foco da equipe técnica – professores, pesquisadores, alunos – daquilo que é sua expertise: a ciência do solo, o desenvolvimento de software como o SolIF, o contato com os agricultores, a análise de dados.

É importante ressaltar que essa parceria opera sob mecanismos de controle e transparência. O contrato entre IFMT e FUNADIF estabelece as regras, a execução é fiscalizada e as contas são submetidas às auditorias e aos órgãos de controle competentes, garantindo a correta aplicação dos recursos. Não se trata de "fugir" das regras, mas de utilizar um instrumento legal e eficiente para viabilizar projetos.

Portanto, ao vermos os resultados do Projeto Solo Vivo – os laudos chegando aos agricultores, os laboratórios sendo equipados, os alunos atuando em campo , é fundamental reconhecer o papel estratégico da FUNADIF. As Fundações de Apoio são parceiras essenciais para que os Institutos Federais possam cumprir sua missão de forma plena, transformando conhecimento em desenvolvimento social, econômico e tecnológico para o Brasil.